O Pastor fiel: ele nos conduz pelo caminho da vida


O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Salmos 23:1



Uma coisa que Davi podia falar com propriedade era acerca do ofício de um pastor. Isso porque, antes de ter sido conduzido por Deus ao trono de Israel, ele havia exercido este trabalho.  No salmo 23, texto muito conhecido, Davi compara o zelo que Deus tem por Seu povo ao que um pastor tem por suas ovelhas.

Um pastor era responsável por cuidar do rebanho, de forma a conduzi-lo a lugares seguros, onde as ovelhas poderiam se alimentar e tomar água fresca. Para entender um pouco esse contexto, vamos destacar alguns pontos.

Em primeiro lugar, o pastor precisava ficar atento às necessidades das ovelhas. Quando o pasto não estava mais satisfazendo os animais, quando não havia mais grama para alimentá-los, ele precisava levá-los para outro lugar, a fim de não passarem fome. O segundo verso do salmo 23 retrata esse zelo do pastor: “faz repousar em pastos verdejantes” e “leva para junto das águas de descanso”, trazendo “refrigério” para as ovelhas. De igual forma, Deus trata o Seu povo: Ele nos retira da nossa zona de conforto, do comodismo, do lugar onde estamos morrendo aos poucos, e nos conduz a lugares melhores, onde viveremos o melhor desta terra, onde veremos a abundância da provisão do Senhor e onde a nossa alma encontrará descanso.

No entanto, isso não significa que a trajetória era fácil. Certamente, no caminho havia muitos obstáculos e perigos. O pastor poderia encontrar no percurso altas montanhas, vales profundos, rios furiosos, predadores ferozes, e era sua responsabilidade cuidar do rebanho e conduzi-lo em segurança ao lugar de destino. Um detalhe importante para entender melhor é que a ovelha não se desesperava diante do perigo, mas seguia a voz do seu pastor. Este conduzia o rebanho por meio da sua voz. Bastava ele falar e as ovelhas o seguiam! Deus age do mesmo jeito com o Seu povo: Ele nos conduz pelo caminho por meio da Sua Palavra – que é a Sua voz – e não nos abandona! Jesus também usou a figura do pastor para exemplificar sua relação com seus discípulos. O mestre afirma que as ovelhas ouvem a voz do pastor, o qual as chama pelo nome[1] e também se declara o Bom Pastor, que dá a vida pelas ovelhas[2].

No versículo 4, também encontramos a seguinte declaração: “ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo”. Ou seja, ainda que eu passe por momentos de profunda dor e aflição, não temerei as adversidades porque Deus está comigo! A presença do Senhor é o suficiente! Sabe por quê? Porque “o teu bordão e o teu cajado me consolam”!

Aqui gostaria de destacar a importância desses dois instrumentos de trabalho do pastor. O bordão, ou vara, era usado para afugentar os predadores, mantendo-os longe das ovelhas. Era um instrumento de proteção. O cajado tinha aspecto parecido com o bordão, porém a sua ponta era encurvada, de modo que o pastor conseguia resgatar uma ovelha que se afastava do rebanho, agarrando-a pelo peito. Era um instrumento de orientação. Dessa forma, bordão e cajado eram objetos que traziam segurança à ovelha. Davi declarou que o bordão e o cajado o consolavam, porque ele entendia que a proteção e a orientação do Senhor traziam paz ao seu coração em meio às dificuldades – o vale da morte.

Hoje, nós podemos ter a certeza do cuidado do nosso Pastor fiel, que nos tira do lugar de morte e nos conduz pelo caminho – ainda que cheio de perigos – a um lugar de refrigério, onde podemos descansar as nossas almas.

E é nesse lugar de descanso, ao término da trajetória, que o Senhor honra a fidelidade daquele que O segue. No versículo 5, o salmista não mais se compara a uma ovelha, mas a uma pessoa que é recebida com um banquete. Conforme a tradição judaica, os convidados de honra eram recebidos com uma mesa farta de alimentos da melhor qualidade. Isso significa que, ao final da provação (do caminho), o Pai tem muitas bênçãos preparadas para honrar os seus filhos. E mais: tais bênçãos serão contempladas até pelos seus perseguidores! Aleluia!

O salmista também se refere à unção com óleo e ao cálice transbordante (v.5). No antigo Oriente Médio, o convidado de honra de um banquete era ungido com azeite de oliva perfumado. Além disso, a unção com óleo era empregada para aliviar o cansaço dos viajantes. Vemos que o Senhor renova o vigor daquele que conclui uma trajetória difícil. Quanto ao cálice, vemos que está completamente cheio, de modo que o vinho extravasa os limites da taça. Entendemos que a alegria vinda de Deus (representada pelo vinho) é tão intensa que todos podem ver; o salmista não guarda a alegria da sua vitória apenas para si mesmo, mas dá testemunho dos feitos do Senhor em sua vida.

Dessa forma, a mesa farta, a unção com óleo e o cálice transbordante simbolizam o favor ilimitado – amor incondicional – de Deus por aqueles que decidem viver sendo guiados por Ele. Estes têm a certeza de que podem contar sempre com a bondade e a misericórdia do Senhor (v.6).

Pai, Te agradeço porque Tu és o meu Pastor Amado, por estar sempre comigo. Tu me guias pelo caminho da vida, me dás instruções por meio da Tua Palavra e me levas a um lugar de descanso, onde posso celebrar contigo as vitórias alcançadas. Ainda que eu atravesse dias difíceis, Tu sempre estás comigo! Nunca me abandonas! Muito obrigada por tão grande amor!


Adriana Pessanha



[1] “O porteiro abre-lhe a porta, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora”.
João 10:3
[2] "Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.” João 10:11

Comentários

  1. Muito lindo a palacra do Senhor em detalhes, amei.
    Você pode todas as coisa quando direcionada pelo Pai

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  2. Continue lhe sabedoria dos altos céus

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