Sara nossa nação: o clamor do povo de Deus

 


Sempre que se propõe fazer um clamor pela nação brasileira, um dos textos bíblicos mais utilizados é o de 2 Crônicas 7.14: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra”. Nesse contexto, Salomão estava consagrando o templo que havia construído, e o Senhor lhe deu instruções sobre como o Seu povo deveria proceder.

            No verso 14, Deus estabelece uma condição ao Seu povo para que Ele atendesse seu pedido. Essa condição é expressa pela conjunção “se”. Portanto, o Senhor apresenta quatro passos para que o povo tivesse suas orações ouvidas, seus pecados perdoados e sua terra sarada.

Em primeiro lugar, o povo deveria se humilhar. Humilhar-se significa esvaziar-se do “eu”, da vaidade, do sentimento de independência, da arrogância. Significa olhar para dentro de si e enxergar as suas fragilidades. Humilhar-se pressupõe quebrantamento e arrependimento. Na Bíblia, vemos que a soberba é um sentimento que causa repulsa em Deus: “O Senhor é excelso, contudo, atenta para os humildes; os soberbos, ele os conhece de longe” (Salmos 138:6); “Quando vem a soberba, a desgraça não tarda, mas com os humildes está a sabedoria” (Provérbios 11:2); “Porque tu salvas o povo humilde, mas os olhos soberbos, tu os abates”. (Salmos 18:27); “Mas ele nos dá cada vez mais graça. Por isso diz: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tiago 4:6)

Em segundo lugar, o povo deveria orar. Orar é conversar com Deus. É apresentar a Ele as nossas súplicas, angústias, preocupações. Também é render a Ele a nossa adoração e gratidão. Um coração humilde nos leva a ter uma vida de oração. Quando confessamos nossa dependência Dele, desejamos buscar Dele as respostas para os dilemas da nossa vida. Dessa forma, a oração está diretamente vinculada a uma vida humilde. Por que orar? Porque a Bíblia nos ensina a cultivarmos uma vida de oração. Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, os profetas, Paulo, Jesus! Todos eles, e muitos outros, foram dedicados à oração. E por que conosco seria diferente?

Em terceiro lugar, o povo deveria buscar a face de Deus. Lembro-me de Moisés, que desejou ver a glória do Senhor (Êxodo 33:18-23). Para ele, nada era mais importante do que a Sua presença. Moisés tinha uma vida de intimidade com Deus, buscando fazer a Sua vontade. Em contrapartida, vemos o exemplo dos fariseus, cujas orações cumpriam apenas rituais, pois seus corações estavam distantes do Senhor: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. (Mateus 15:8). Entendo que a oração deve estar em concordância com a sua prática de vida. “Sejam praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos. (Tiago 1:22)

Em quarto lugar, o povo deveria afastar-se dos seus maus caminhos. Quando buscamos um relacionamento íntimo e sincero com Deus, o nosso coração se constrange com o Seu amor e, por isso, deixamos o pecado. Lembro-me do texto de Gálatas 5, que fala acerca das obras da carne e do fruto do Espírito. Se buscamos um relacionamento íntimo com Deus, calamos a vontade da carne e o pecado não nos domina mais. Vale ressaltar que Paulo está escrevendo para uma igreja, ou seja, para cristãos, para o povo de Deus.

Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. (Gálatas 5:19-23)

Você percebe que há uma crescente, uma gradação? Quando nos humilhamos diante de Deus, nosso coração nos conduz a orar. A oração, por sua vez, abre caminho para a intimidade com Deus. E, por fim, ao desejar estar perto de Deus, consequentemente nos afastamos de todo pecado que tenta nos aprisionar.

Quando cumprimos a condição estabelecida por Deus, Ele mesmo se encarrega de cumprir a Sua parte: Ele ouvirá o nosso clamor; Ele perdoará o nosso pecado; Ele sarará a nossa terra (nossa nação).

Quando o povo de Deus se consagra e vive segundo a vontade de Deus, as pessoas ao redor passam a enxergar o brilho do Espírito Santo e, consequentemente, Deus transforma realidades. Em suma, a mudança começa em nós e, a partir disso, abre-se caminho para o agir de Deus em nossa nação. Como disse Jesus:

Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus". (Mateus 5:13-16)

Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos ajude!

Comentários

  1. Boa reflexão! Devemos nos humilhar, clamar ao Senhor! É isso!

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  2. Preciosas palavras. Eloquente e coerente, como sempre, aliás.

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  3. Amém, assim ligamos na terra e será ligado no ceu, pois onde estiver dois ou três reunidos em meu nome ali estarei. E, como igreja do SENHOR, o corpo de Cristo pelo mesmo Pai, Filho, e Espírito Santo e num só batismo oramos áao Nosso Deus clamando por nossa Nação.

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  4. Excelente texto com versículos e explanações para que venhamos a interceder pela nossa nação, hoje e sempre.

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  5. Que texto lindo! Palavras preciosas de sabedoria que nos abençoam a cada leitura! Que o Senhor continue brilhando sua luz através da tua vida!

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