A ressurreição de Cristo e a experiência de alguns discípulos

 

A ocasião da Páscoa sempre nos leva a meditar nos textos bíblicos que abordam este assunto.  Nestes dias me detive no texto de Marcos 16. 1-7, o qual revela ensinamentos preciosos para os discípulos do Senhor.

Antes de começar a refletir nesse texto, eu preciso apresentar o que está escrito em Mateus 26.31-32: “Então Jesus lhes disse: Ainda esta noite todos vocês me abandonarão. Pois está escrito: ‘Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersas’. Mas, depois de ressuscitar, irei adiante de vocês para a Galileia". No seu último encontro com os discípulos (a ceia), Jesus os havia alertado sobre o que aconteceria: ele seria preso e seus discípulos o abandonariam, mas que ele ressuscitaria e os encontraria na Galileia. Na sequência deste texto, Pedro prontamente falou que nunca o deixaria. Bem, a Bíblia diz que, após a prisão de Jesus, todos os seus discípulos se dispersaram por medo (Mateus 26:56) e Pedro, inclusive, o negou três vezes (Mateus 26: 69-75).

Todos deixaram Jesus. No entanto, o relato de Marcos sobre alguns discípulos é inspirador para nós. O texto diz que algumas mulheres decidiram ir ao sepulcro no domingo, a fim de ungir o corpo de Jesus (verso 1). Fico pensando no coração destemido dessas mulheres: mesmo sabendo que haveria vários soldados fazendo a guarda do corpo, elas não tiveram medo de ir. Elas poderiam ser presas ou perseguidas, mas isso não foi impedimento para elas irem ao encontro do Mestre. Como era de costume, os judeus ungiam os corpos para encobrir o mau cheiro da decomposição. Aquelas mulheres decidiram em seus corações honrar ao Senhor até o fim.

No verso 2, lemos que elas foram bem cedo ao túmulo, logo ao nascer do sol. Aquelas mulheres não tiveram preguiça e entregaram as primícias do dia para cuidar de Jesus. No verso 3, vemos que elas conversavam pelo caminho e se perguntavam: “Quem removerá para nós a pedra da entrada do sepulcro?" (Marcos 16:3). Era comum que colocassem uma pedra para fechar o túmulo e impedir que as pessoas entrassem (você se lembra da história de Lázaro?). Então... seria previsível ter uma pedra para impedir o acesso. No entanto, elas não desistiram. Veja: a pedra era um obstáculo para que acessassem o corpo de Jesus, mas elas tinham convicção de que conseguiriam chegar até ele! Talvez elas pensassem: vamos convencer algumas pessoas a removerem a pedra, mas não vamos desistir do nosso propósito de cuidar do Mestre!

Fiquei meditando na atitude dessas mulheres. Quantas vezes as situações por nós vivenciadas são obstáculos? A vergonha causada pelo pecado, o desânimo e o esfriamento espiritual tentam nos afastar de Jesus. A verdade é que as dificuldades tentam nos paralisar! Então reflita: qual tem sido a pedra que tem te desanimado de caminhar até Jesus? No verso 4, vemos que não havia obstáculo nenhum! A pedra havia sido removida por um anjo (Mateus 28.2). Elas tiveram acesso direto ao corpo de Jesus. Querido, quantas vezes os obstáculos que nos paralisam são imaginários! Por exemplo, o pecado nos traz o peso da separação e achamos que Deus não vai nos receber e nos perdoar. Ah, impossível! Se houver arrependimento e confissão do erro, um desejo genuíno de entregar completamente sua vida a Cristo, somos perdoados. O medo de Jesus não nos aceitar está no âmbito da imaginação, alimentado pelas acusações do nosso inimigo. Então pergunto novamente: o que te impede de ir até Jesus? Entenda, nada pode nos separar de Jesus, a não ser a nossa decisão negativa! Quando decidimos em nosso coração servi-lo e adorá-lo, as barreiras são removidas de forma sobrenatural. Apenas caminhe em direção ao Mestre! Creia que Ele vai tirar as barreiras para você encontrá-lo!

Nos versos 5 e 6, vemos o resultado do posicionamento daquelas mulheres. Ao desejarem honrar o Mestre, elas vivenciaram uma experiência sobrenatural (o encontro com um anjo) e receberam, em primeira mão, a maior notícia de todos os tempos: Jesus ressuscitou! Porém, não deveriam reter a mensagem; elas deveriam anunciar esta boa-nova da ressurreição aos outros discípulos, que estavam temerosos. Aquelas mulheres tinham a missão de reanimá-los, de incentivá-los a continuar no propósito que o Senhor deu a cada um! Entendo que esta deve ser a missão de todo discípulo: fortalecer a fé dos irmãos e anunciar a vida que há em Cristo. A sua ressurreição não deve ser lembrada somente na Páscoa! Ele vive e reina para todo o sempre! Ele venceu a morte e nós, Nele, a venceremos também! Ah, como precisamos reacender essas promessas diariamente!

Eu poderia terminar essa mensagem aqui, mas preciso ainda falar sobre um destes discípulos. Marcos fornece uma informação que os demais evangelhos não mencionam: “Vão e digam aos discípulos dele e a Pedro: ‘Ele está indo adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês o verão, como ele lhes disse’ " (Marcos 16:7). Interessante que Marcos destaca Pedro dos demais discípulos. Ora, se Pedro era um deles, por que o anjo citou separadamente o seu nome? No início desta mensagem, eu mencionei que Pedro havia negado a Jesus e, certamente, isso lhe trazia muita vergonha. Talvez ele achasse que Jesus não o perdoasse pelo seu erro. Mas Deus, que conhece os nossos corações, dá a ordem especificamente para Pedro ir ao encontro do Mestre (é importante dizer que o anjo é um mensageiro que leva a palavra ordenada por Deus).

Ah, dessa forma, Deus estava dizendo para ele: Pedro, eu não me preocupo com as suas atitudes erradas do passado. Eu vejo o seu arrependimento e, por isso, eu não desisto de você. Eu ainda tenho muito a realizar através da sua vida!

Deus nunca rejeitará aquele que pecou e se arrependeu de verdade. Ele não lança em rosto os nossos erros, mas o Seu desejo é viver em comunhão conosco, realizando a Sua vontade através de nós aqui na terra. Ele sempre nos dará uma oportunidade para nos aproximarmos Dele. Que hoje você possa refletir nessa mensagem e entender o quanto Deus te ama e te convida a estar com Ele.