Num desses dias acordei com este versículo na mente: “No ano
em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado,
e a aba de sua veste enchia o templo (Isaías 6:1). Busquei a minha Bíblia e
parei para ler e meditar nesse texto. Então o Senhor me ensinou algumas
verdades, as quais compartilharei com você.
A primeira verdade é que Isaías teve a visão da glória de
Deus num momento de luto (verso 1). Uzias (ou Azarias) foi rei de Judá, e a Bíblia
diz que ele fez o que agradava ao Senhor. O seu reinado foi marcado por um
período de prosperidade, pois Uzias tomou várias medidas para fortalecer a
nação (recuperou terras perdidas anteriormente para os inimigos; construiu
fortalezas em locais estratégicos, para melhor defesa do território; desenvolveu
armas de guerra, equipando o exército; investiu na economia, incentivando a
agricultura e a criação de gado). Com isso, o povo de Judá tinha muita
segurança na figura do rei. Provavelmente, Isaías também confiava nas ações do
rei para manter a prosperidade da nação. Além disso, fontes históricas revelam
que ele era parente próximo do rei. Consegue perceber o contexto? Todos estavam
de luto pela perda de um grande e poderoso rei, o que certamente causava um
clima generalizado de insegurança. Por esses motivos, Isaías estava abatido,
mas ele tomou uma decisão importante: ele foi até o templo. Ele queria receber
o consolo de Deus. Então, foi nesse contexto de luto e de tristeza que Deus se
revelou a Isaías numa visão gloriosa.
Se compararmos com o cenário atual, vamos perceber que também
estamos vivendo um tempo de luto, em decorrência da pandemia. Aqui, entende-se
o luto não apenas pela morte de uma pessoa querida (o que vivemos literalmente
em 2020!), mas também pelo sofrimento causado pelo desemprego, pelas crises
familiares, pelo divórcio, pelas falências, pela depressão, pela ansiedade... Agora
veja: se Deus se revelou a Isaías num contexto extremamente difícil e
perturbador, creio que Ele também pode e quer revelar-se a nós. Sinceramente,
creio que este tempo difícil nos sobreveio justamente para que nos voltemos ao
Senhor, assim como Isaías o fez. Ficamos confinados em nossos lares e fomos
confrontados por um vírus que mostra o quão frágeis somos e o quanto dependemos
de Deus para viver! Esse tempo nos mostra que a altivez humana não é garantia
de segurança! Sim, é em meio à dor que o Senhor revela o Seu grande amor por
nós, porque enquanto estamos imersos nas nossas futilidades diárias não
conseguimos enxergar a Sua grandeza e majestade. Deus permite o luto porque é o
meio pelo qual Ele nos salva da nossa arrogância e da mania de viver de forma
independente.
A segunda verdade é que Deus está acima de qualquer reinado
humano (verso 1). De que maneira o Senhor se revelou a Isaías? Assentado no
trono! Deus estava mostrando a Isaías que o Seu reino é eterno, inabalável, indescritível
e está acima de qualquer poder humano! Ainda que o rei Uzias estivesse morto, o
Deus Todo-Poderoso reina eternamente e está assentado no trono. Talvez Isaías
confiasse na ação do rei; agora ele aprenderia a confiar tão somente no Rei dos
reis, o Senhor dos Exércitos! Ao entendermos que a nossa esperança deve estar
firmada apenas em Deus, atraímos a Sua presença e Ele se revela a nós de forma
gloriosa. Apesar de todas as adversidades causadas pela pandemia, de todo o
luto, Deus continua sendo o Rei Soberano e está no controle de tudo! Precisamos
crer nisso!
A terceira verdade presente neste texto de Isaías 6 é que os
anjos dão testemunho de quem Deus é (versos 2 e 3). Os serafins estavam acima
do trono e rendiam adoração ao Senhor. A canção que entoavam expressa a
santidade de Deus, o quanto a Sua glória é inigualável (A repetição três vezes
da palavra “santo” revela que ninguém pode ser comparado a Ele). Outra
declaração dos anjos é que a glória de Deus toma toda a terra. Isso significa
que o Senhor está em todos os lugares, nada está fora da sua esfera de atuação.
Ele está atento àqueles que se dispõem a buscá-lo: “Busquem o Senhor
enquanto se pode achá-lo; clamem por ele enquanto está perto” (Isaías 55:6).
Dessa forma, os anjos apontam para o caráter de Deus: Sua santidade,
onipotência e onipresença. Que sigamos o exemplo dos serafins, rendendo ao
Senhor toda a nossa adoração.
A quarta verdade encontrada neste texto é que Isaías
reconhece ser homem pecador, assim como o seu povo (verso 5). Constrangido pela
revelação da glória de Deus, ele se declara “um homem de lábios impuros”: é a
confissão do seu pecado. Ao ver a glória de Deus, ele reconhece que é pecador e
que carece também da Sua misericórdia. Ele se apresenta como pecador antes
mesmo de sinalizar o pecado do seu povo. Além disso, Isaías apresenta os seus
lábios como a causa do seu pecado, ou seja, através de sua boca saíam palavras
que aborreciam ao Senhor. Meu Deus, como precisamos vigiar o que dizemos! Que nossa
oração seja como a do salmista: “Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia
a porta de meus lábios” (Salmos 141:3). Veja também o que diz o apóstolo Tiago:
Com a língua bendizemos ao Senhor e
Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma
boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não pode ser assim! Acaso pode
sair água doce e água amarga da mesma fonte? (Tiago 3:9-11)
Em Isaías 6:5, ele diz: “Ai de mim! Estou perdido! Pois sou
um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros".
Essa declaração é semelhante à confissão do publicano, na parábola ensinada por
Jesus:
"Dois homens subiram ao templo
para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no
íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões,
corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por
semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. "Mas o publicano ficou à
distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus,
tem misericórdia de mim, que sou pecador’. "Eu lhes digo que este homem, e
não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será
humilhado, e quem se humilha será exaltado". (Lucas 18:10-14)
Vemos que uma vida baseada na religiosidade não agrada a
Deus, mas sim um coração sincero que reconhece as suas fraquezas. O fariseu era
soberbo e se orgulhava das suas ações religiosas, enquanto o publicano
reconhecia que era pecador e dependia da misericórdia divina. Assim como o
publicano dessa parábola, Isaías reconheceu que era homem pecador e confessou o
seu pecado. Após sua confissão, um anjo tocou com uma brasa nos seus lábios. O
fogo representa a purificação, é a forma como se queima toda a impureza (assim
como um metal é submetido ao fogo para ser purificado).
Por fim, a última verdade extraída de Isaías 6 é o chamado
após o arrependimento (verso 8). Somente após esse processo de confissão e
purificação do pecado é que Deus o convoca para o ministério. Como profeta, ele
teria um intenso ministério e sofreria oposição, pois o povo não daria ouvidos
à sua pregação (conforme os versos 9 a 13). Era necessário que Isaías tivesse
consciência da sua total dependência de Deus. Para ter um ministério frutífero,
ele precisaria colocar os seus olhos tão somente em Deus (e não nos reis da
terra ou em qualquer outra ação humana) e conferir a Deus toda honra e glória,
reconhecendo que o poder da pregação vinha do Senhor e não dele mesmo.
Ah, quantos
ensinamentos pudemos extrair deste capítulo de Isaías! Minha oração é que o
Espírito Santo acrescente ainda mais ao seu coração. Que o Senhor o abençoe!
Glória a Deus!!🙏🙌🙌❤
ResponderExcluirQue ensinamento glorioso. 🙌🏻🙌🏻
ResponderExcluirGlória Deus. Que mensagem maravilhosa.Deus te abençoe e continue te usando prima. Beijos
ResponderExcluirAmém Deus continue te abençoando com essas palavras de unção
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