"Vá imediatamente para a cidade de Sarepta de Sidom e fique por lá. Ordenei a uma viúva daquele lugar que lhe forneça comida" (1 Reis 17.9)
A
história dessa mulher revela que Deus verdadeiramente está à procura daqueles
que desejam conhecê-Lo, ainda que se sintam no esquecimento. O Senhor não poupa
esforços para resgatar os que têm um coração sensível à Sua voz, pois para Ele não
há barreiras que O impeçam de manifestar o Seu poder restaurador. A Bíblia diz que
Deus nos amou antes mesmo de nós O amarmos (1 João 4.19) e que é Seu desejo que
todos se salvem (1 Timóteo 2.4). A Viúva de Sarepta experimentou não apenas o
milagre da provisão material, mas também a real transformação de sua vida. Gostaria
de destacar, a seguir, alguns ensinamentos deste texto bíblico:
Em
primeiro lugar, essa mulher vivia fora dos limites de Israel. Sarepta era uma
cidade localizada entre Tiro e Sidom, na região da Fenícia. Essa viúva não
fazia parte da nação de Israel, mas isso não foi empecilho para que o Senhor a
buscasse. Deus poderia ter escolhido uma viúva de Israel para cuidar do profeta?
Sim, poderia. No entanto, o Senhor também tinha planos de tratar o coração daquela
mulher, que estava longe do Seu povo. Mesmo estando distante, Deus foi ao seu encontro
porque desejava restaurar completamente a sua vida. Da mesma forma, Deus vai ao
encontro daquele que se sente distante e esquecido, daquele que acha que não é
digno do Seu amor e perdão. Talvez hoje você se sinta assim, mas saiba que o
Senhor vai ao seu encontro porque deseja restaurar a sua vida. Se você buscar o
Senhor de todo o seu coração, Ele estará atento para ouvi-lo: “Eis que a mão do
Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; e o seu ouvido não está
surdo, para não poder ouvir” (Isaías 59:1); “Vocês me buscarão e me acharão
quando me buscarem de todo o coração” (Jeremias 29:13).
Normalmente
uma viúva era uma pessoa de pouco prestígio social, pelo fato de ter poucos
recursos financeiros. Talvez, para a sociedade, aquela mulher era “invisível”,
mas Deus a enxergava e, mais que isso, via nela um coração desejoso de conhecê-Lo.
Assim como Raabe e Rute – mulheres estrangeiras que tiveram suas vidas
restauradas pelo Senhor – aquela viúva estrangeira também seria alcançada. Isso
prova que Deus não faz distinção entre pessoas – Ele não tem preferidos –, mas
ama e deseja salvar a todos, independente de gênero ou etnia.
Outro
ponto que chama a atenção é que Deus se revelou a ela antes mesmo da chegada do
profeta: “Vá imediatamente para a cidade de Sarepta de Sidom e fique por lá. Ordenei
a uma viúva daquele lugar que lhe forneça comida” (1 Reis 17:9). A forma como o
Senhor se apresentou à mulher não está explícita no texto, mas o que importa é
que Deus falou com ela e a incumbiu de uma missão. O Senhor havia escolhido
aquela viúva para uma grande missão e, ao realizá-la, Deus transformaria a sua
vida.
Os
profetas eram homens separados pelo próprio Senhor para anunciar a Sua Palavra;
portanto, eles eram os representantes de Deus na terra. Logo, ao receber o
profeta Elias, ela estaria recebendo a presença do próprio Deus em sua casa.
Fico imaginando o que passava em sua mente: mesmo tendo sido escolhida pelo
Senhor, talvez ela sentisse medo ou tivesse dúvida, por não ver as condições
necessárias para sustentar o profeta. Aqui eu aprendo uma lição: Deus nos
encontra, ainda que estejamos distantes, ainda que fechadas em nossos
“esconderijos”, e nos convoca para cumprir uma missão – um propósito. Contudo,
muitas vezes achamos que não temos condições de realizá-la porque focamos nas
nossas limitações. Talvez ela tivesse pensado: “E agora? Como vou sustentar um
profeta se sequer tenho condições de manter a mim e ao meu filho?”. No caso
dela, a limitação era a falta de recursos financeiros. E no seu caso? Quais
obstáculos o impedem de crer no milagre de Deus? Quais os medos que têm
paralisado a sua fé?
A
escassez de alimentos aumentava a cada dia mais, devido à falta das chuvas.
Aquela viúva não tinha mais perspectiva de vida. Sua esperança estava
desfalecida. Ela não conseguia enxergar uma solução para o seu problema, apenas
aguardava a morte. Enfim, chega o dia prometido:
E
ele foi. Quando chegou à porta da cidade, encontrou uma viúva que estava
colhendo gravetos. Ele a chamou e perguntou: "Pode me trazer um pouco
d’água numa jarra para eu beber?" Enquanto ela ia indo buscar água, ele
gritou: "Por favor, traga também um pedaço de pão". "Juro pelo
nome do Senhor, o teu Deus", ela respondeu, "não tenho nenhum pedaço
de pão; só um punhado de farinha num jarro e um pouco de azeite numa botija.
Estou colhendo uns dois gravetos para levar para casa e preparar uma refeição
para mim e para o meu filho, para que a comamos e depois morramos. (1 Reis
17:10-12)
Aquela
viúva reconheceu imediatamente que era o profeta Elias: “Juro pelo nome do
Senhor, o teu Deus”. A palavra que recebera anteriormente da
parte do Senhor estava se cumprindo. Em seguida, ela apresenta a ele o motivo
do seu temor: tinha um pouco de farinha e de azeite, com os quais faria a
última refeição com o seu filho. Aquela mulher, movida pelas circunstâncias
naturais, não conseguia ver uma possibilidade de mudança. Vemos que,
inicialmente, a presença do profeta – que representava a presença do próprio
Deus – não foi suficiente para restabelecer a sua fé. E o mesmo acontece
conosco: há momentos em que a nossa fé é ofuscada pelos dilemas que passamos; ainda
que saibamos que Deus está presente, sequer conseguimos crer numa mudança. Agora
pare e reflita: na casa daquela viúva havia escassez de alimento. E vemos que
em muitas casas também há escassez. Talvez seja do próprio alimento material,
mas também poderíamos considerar da alegria, da saúde, da paz, da esperança. Há
algo em sua vida que está acabando que que o faz pensar que não há mais saída?
Pois então, apresente a Deus o pouco que você tem, pois Ele pode operar um
milagre! Creia!
Apesar
de todas as circunstâncias contrárias, aquela mulher tomou a decisão de confiar
na palavra do profeta:
Elias,
porém, lhe disse: "Não tenha medo. Vá para casa e faça o que disse. Mas
primeiro faça um pequeno bolo com o que você tem e traga para mim, e depois
faça algo para você e para o seu filho. Pois assim diz o Senhor, o Deus de
Israel: ‘A farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará
até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a terra’. Ela foi e fez conforme
Elias lhe dissera. E aconteceu que a comida durou todos os dias para Elias e
para a mulher e sua família. (1 Reis 17:13-15).
Ela
decidiu obedecer! Do pouco que tinha, ela separou uma pequena parte para
alimentar o profeta. Num primeiro olhar, talvez você ache um absurdo Elias
pedir alimento para si, mas Deus lhe estava ensinando o princípio da fé: ela
precisava aprender a depender unicamente de Deus e a crer sem ver (Hebreus 11.1).
Ao entregar uma parte do alimento a Elias, a mulher estava declarando a sua
dependência na provisão de Deus. O mundo natural não lhe dava respostas, não
lhe dava uma solução; agora, ela precisava crer no sobrenatural! Não havia
outro caminho: ou acreditava na promessa de Deus proferida pelo profeta, ou ela
e seu filho morreriam! Querido leitor, da mesma forma Deus tem promessa de vida
para nós! Ou decidimos crer e entregar o pouco que temos em Suas mãos, ou a
morte nos alcançará! Sim, a morte da alegria, da esperança, do amor da
família... Se o seu coração está em pedaços, entregue-o a Deus! Se o seu
casamento está em frangalhos, entregue-o a Deus! Se tem um problema
aparentemente sem solução, creia em Deus porque Ele tem a resposta eficaz! O
texto bíblico diz que a resposta de Deus para a atitude da viúva foi a
multiplicação da farinha e do azeite, que supriu as necessidades dela, de sua
família e também do profeta. Da mesma forma, o Senhor tem poder para multiplicar
o amor em nossos lares, multiplicar a esperança por dias melhores, multiplicar
a alegria de viver!
Mas,
apesar de experimentar esse grande milagre, aquela mulher ainda tinha dúvidas
em seu coração. Para tanto, Deus iria se revelar a ela de forma mais
contundente. O texto diz que, algum tempo depois, o seu filho veio a falecer.
Aquela mulher decidiu ir a Elias, ao único que poderia lhe dar uma resposta: “E
a mulher reclamou a Elias: ‘Que foi que eu te fiz, ó homem de Deus? Vieste para
lembrar-me do meu pecado e matar o meu filho?’” (1 Reis 17:18). Aquela viúva tinha
marcas do passado que precisavam ser curadas. A Bíblia não revela que pecados
eram esses, mas certamente ela ainda sentia culpa e não se sentia perdoada,
tanto que ela associa a morte do menino a esses pecados. Aquele filho era o bem
mais precioso daquela mulher. Ela não tinha mais ninguém, apenas o menino. Fica
claro que a viúva pensava que estava sendo punida pelos seus erros do passado. O
profeta, compadecido, intercedeu para que ele volte a viver. Deus atende à sua
oração e a mulher, ao ver que seu filho havia ressuscitado, declarou: “Então a
mulher disse a Elias: "Agora sei que tu és um homem de Deus e que a
palavra do Senhor, vinda da tua boca, é a verdade" (1 Reis 17:24). O
milagre da ressurreição do seu filho proporcionou que ela cresse
verdadeiramente em Deus. Agora, aquela viúva reconhecia que Deus não apenas
trazia provisão material, mas tinha poder para perdoar pecados e fortalecer a
fé desfalecida.
Querido
leitor, que você possa guardar estes ensinamentos em seu coração:
·
Deus
vem ao nosso encontro, ainda que nos sintamos desprezados pelos homens ou estejamos
distantes dEle. Ele nos ama, e Seu desejo é que todos O conheçam
verdadeiramente.
·
Deus
tem poder para multiplicar o pouco que temos em nossas mãos; mas, para tanto, é
preciso confiar e apresentar tudo a Ele. Que confiemos ao Senhor nossas
emoções, nossa família, nossos bens, nossos talentos, pois somente Deus pode
realizar o que não temos condições de fazer.
·
Deus
tem poder para perdoar e nos purificar das marcas do passado que tanto nos
maltratam. Às vezes, uma situação extremamente difícil é o caminho necessário
para a cura da nossa alma. A morte do filho foi o instrumento usado por Deus
para “ressuscitar” uma fé inabalável naquela mulher.
Adriana Pessanha
Maravilhoso estudo. O Senhor possa estar sempre fazendo de vc um instrumento para nós trazer a revelação da palavra com espírito de sabedoria e entendimento. Deus abençoe
ResponderExcluirAmei, Adriana.
ResponderExcluirAdriana, que Deus continue abençoando ricamente. Obrigada por compartilhar
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