A esterilidade é um assunto
presente na Bíblia. Várias mulheres não tinham possibilidades de ter filhos,
como Sara, Rebeca e Raquel, as esposas dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó,
respectivamente. Mas Deus, por Sua infinita graça, mostra que, através de
ventres improdutivos, Ele tem o poder de restabelecer a vida! Deus permite
situações de escassez para que o milagre aconteça! E muitas vezes nos
encontramos com uma vida estéril. Achamos que não temos valor, que não temos condições
de produzir nada; mas Deus é aquele que tem o poder para nos tornar frutíferos.
Tudo tem um propósito. Foi assim com essas mulheres. Foi assim com Ana, esposa
de Elcana, mãe de Samuel (1 Samuel 1).
Bem, antes de tudo, é preciso conhecer
um pouquinho os costumes daquele povo, para que a gente entenda melhor a
realidade daquela cultura. Para os judeus, a mulher estéril era considerada “amaldiçoada”,
pois a bênção se revelava numa família com muitos filhos. Por esse motivo, era
aceitável para a sociedade que, se o homem fosse casado com uma mulher estéril,
ele poderia se casar também com outra, a fim de constituir sua descendência. Mas,
de um modo geral, essa família apresentava muitos conflitos, pois dificilmente as
esposas tinham um bom relacionamento.
O texto bíblico diz que Elcana
tinha duas mulheres: Ana, que era estéril; e Penina, que tinha filhos e filhas
(v.2, 4). Mas, apesar de Ana não ter filhos, Elcana a amava mais, a ponto de
lhe dar sempre o dobro de tudo que Penina e seus filhos recebiam (v.4-5). A sua
condição de esterilidade a deixava deprimida, a ponto de chorar e ficar sem
comer (v.8), e esse estado de humilhação durou anos (v.7).
Creio que a história de Ana representa
a vida de muitas mulheres que se sentem nessa condição de humilhação. Estudando
a vida dessa mulher, pude identificar três formas de tentar paralisar a sua fé,
e a atitude que ela tomou em meio às adversidades.
A primeira maneira de tentar manter Ana no estado de humilhação foi a perseguição. O texto diz que Penina era sua rival, que fazia questão de lembrá-la constantemente da sua esterilidade (v.6-7). A sociedade já a julgava porque não tinha filhos, e Penina reforçava essa humilhação todos os dias. Eu acredito que ambas poderiam ter sido amigas, e uma consolaria a outra nas suas lutas (Penina, por não ser amada, e Ana, por não ter filhos), mas a escolha de Penina foi a perseguição devido à inveja que sentia de Ana. Quantas vezes somos perseguidos e humilhados por causa das nossas limitações? Quantas vezes somos julgados por aquilo que ainda não apresentamos? “Você vem de família humilde! Ah, não vai conquistar muita coisa!”, “Você não é capaz de passar nesse concurso! Estuda em escola pública!”, “Você já tem uma certa idade e ainda é solteira! Não vai conseguir se casar!”, e tantas outras palavras tão duras que machucam porque são ofensas graves.
Mas quero lhe dizer algo: nós não temos o poder de decisão sobre as escolhas dos outros, mas temos o poder de decidir sobre a forma como vamos reagir! Aqui aprendo uma lição preciosa com Ana: apesar de ser tão perseguida por Penina, ela escolheu não se vingar. Ana poderia ter reivindicado uma atitude de Elcana, mas ela optou por entregar tudo a Deus. E nós? Qual é a nossa atitude quando somos ofendidos? Não escolha a vingança, mas decida confiar tudo a Deus, pois Ele é a nossa Justiça!
Outra maneira de tentar paralisar
Ana foi a indiferença. Veja o caso de Elcana: será que ele não percebia
o que acontecia entre as suas mulheres? Claro que sim! Mas, para ele, o
sofrimento de Ana não tinha sentido, porque achava que seu amor por ela era
suficiente (v.8). Às vezes as pessoas mais próximas de nós não conseguem
entender a dimensão da nossa dor. O texto diz que ele a amava tanto, mas ele era
indiferente ao sonho de Ana, que era ser mãe para findar aquele sofrimento.
Mas aprendo outra coisa aqui: em
momento algum a gente vê Ana se rebelando contra o marido. Ela o amava, mesmo
não sendo compreendida. Ela entendia a motivação do coração de seu esposo,
ainda que ele não compreendesse a dor que sentia. Que forte! O amor de Ana não dependia de receber algo em troca; ela simplesmente amava o seu marido e confiava tudo a Deus. Ana não perdeu a
fé!
A terceira maneira de tentar paralisar
Ana foi a acusação. O texto diz que, quando Ana se levantou e foi ao
templo para chorar e orar diante do Senhor (v.9-10), o sacerdote a acusou de
estar embriagada. Ana estava tão amargurada que apenas balbuciava sua oração, e
isso fez com que Eli pensasse que ela estava alcoolizada. Veja, aquele de quem
ela esperava uma palavra de conforto lhe acusou de algo que ela não havia
feito. Já aconteceu de você esperar consolo de alguém e ser caluniada? Pois é, Ana
passou por isso e foi, mais uma vez, humilhada. Mas sabe qual foi a reação
dela? Ana o chamou de “meu senhor” e lhe explicou o motivo da sua tristeza. Ela
não se rebelou, mas o tratou com respeito e humildade. E nós? Como reagimos diante de uma calúnia?
Que exemplo de mulher! Quantas
vezes nós, por muito menos, não perdoamos a quem nos ofende? Fechamos as portas dos relacionamentos e nos isolamos. Ana tinha todos os
motivos para ser amarga e se voltar contra as pessoas (sofria perseguição, incompreensão
e acusação); no entanto, a humilhação não a abalou porque ela sabia que apenas um
poderia mudar a sua história. Só Deus poderia tirá-la daquela dor!
Eu creio que, no decorrer de
todos os anos de humilhação, Ana pedia incansavelmente um filho ao Senhor. Contudo,
ela pedia com o objetivo de atender à sua necessidade pessoal: ao gerar um
filho, Penina não teria mais motivos para persegui-la e a sociedade também a
reconheceria como abençoada. Até que, certo dia, Ana decidiu fazer
diferente: ela se levantou e clamou ao Senhor com todas as suas forças,
fazendo-lhe um voto. Sim, o alvo do seu pedido havia sido consagrado totalmente
a Deus. Ela decidiu devolver a Deus o que tanto pedia.
Certa vez quando terminou de comer e
beber em Siló, estando o sacerdote Eli sentado numa cadeira junto à entrada do
santuário do Senhor, Ana se levantou e, com a alma amargurada, chorou muito e
orou ao Senhor. E fez um voto, dizendo: "Ó Senhor dos Exércitos, se tu
deres atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te
esqueceres de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao
Senhor por todos os dias de sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca
serão cortados" (1 Samuel 1:9-11)
Deus deseja que entreguemos os
nossos sonhos a Ele. Às vezes nos limitamos à nossa satisfação pessoal, mas o
Senhor deseja que as nossas conquistas abençoem outras vidas também. Samuel, o
fruto daquela súplica, trouxe alegria para Ana, livrou-a da humilhação e, além
disso, foi juiz, profeta e sacerdote em Israel! Que os nossos sonhos (um filho,
um casamento, um emprego, um ministério) sirvam a um propósito maior do que desejamos,
para a glória de Deus!
Pois dele, por ele e
para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.
Romanos 11:36
Amém! Que reflexão abençoadora!
ResponderExcluirQue Palavra maravilhosa, Deus te usou poderosamente na revelação dessa palavra pq há um propósito Seu por isso a enviou a vc, pois produzirá em muitas vidas
ResponderExcluirAmém! Que Deus continue te dando sabedoria para ser luz na vida das pessoas.
ResponderExcluirque clareza,que palavra boa. Deus continue derramando unção sobre sua vida amiga
ResponderExcluirAmiga, que Deus Continue usando sua vida para trazer essas palavras de sabedoria.
ResponderExcluirObrigada, amada
ResponderExcluirQue o Senhor abençoe sua vida abundantemente agora e sempre.