Por isso, vistam toda a armadura de
Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de
terem feito tudo (Efésios 6.13)
A Bíblia é repleta de metáforas. Deus, em sua infinita sabedoria,
usou exemplos do cotidiano das pessoas para explicar verdades espirituais. Por
isso, quando lemos a Palavra, é importante que tenhamos um certo conhecimento
sobre os locais onde se passaram os fatos históricos, como também sobre os costumes
e a realidade vivenciada pela sociedade da época.
Em Efésios 6, o apóstolo Paulo, sob a orientação do Espírito
Santo, escreveu sobre a “armadura de Deus”. Naquele período da história, o povo
judeu vivia sob domínio do Império Romano e, por isso, era comum a presença de
soldados armados por toda a parte. Paulo usa essa figura para explicar uma
realidade vivida pelos cristãos: a batalha espiritual.
No versículo 10, há uma orientação clara para que o povo se
fortaleça no Senhor. O verbo “fortalecer” está no imperativo, indicando uma
ordem. Em outras palavras, seria “vocês devem se fortalecer no Senhor”! Todo
cristão deve buscar um relacionamento sincero com Deus, pois somente dessa
forma nos tornamos “fortes” para enfrentar as guerras espirituais. Sozinhos
nada podemos. A ordem é que o cristão tome a iniciativa de vestir a armadura
(v.11), que se aproprie de cada elemento, pois esse é o único caminho para
resistir às armadilhas do inimigo. Veja que a orientação é tomar toda a
armadura! Não bastar tomar um ou outro elemento, mas é fundamental que a
armadura esteja completa. Imaginem se um soldado iria para o combate sem a
espada, ou sem o escudo, ou até mesmo sem o capacete! Certamente seria
derrotado, pois se apresentaria despreparado para a batalha. De igual modo é
com o cristão: precisamos de todas as armas – a verdade, a justiça, o evangelho
da paz, a fé, a salvação e a Palavra de Deus – para vencermos a guerra
espiritual. Vejamos cada elemento dessa armadura:
O cinto servia para dar sustentação às armas que o soldado
trazia na cintura. Da mesma forma, a vida do cristão deve ser sustentada pela
verdade (v.14). Uma pessoa desonesta ou mentirosa não pode esperar resistir ao
pai da mentira, que é satanás[1].
Combatemos a mentira com a verdade; logo, ser verdadeiro é uma característica
essencial do caráter de um cristão: Portanto, cada um de vocês deve
abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros
de um mesmo corpo (Efésios 4:25). Toda a verdade se concentra em Cristo;
ele próprio é a Verdade: “Respondeu Jesus: ‘Eu sou o caminho, a
verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim’” (João 14:6).
A couraça envolvia o tórax do soldado, de forma a proteger os
seus órgãos vitais (principalmente o coração) do ataque do inimigo. Da mesma
forma, a justiça de Cristo nos protege (v.14), pois pelo Seu sangue nós fomos
justificados. Quando temos consciência do poder do sacrifício de Jesus por nós,
as acusações que recebemos por causa dos nossos pecados não nos afetam. Sabemos
que não somos perfeitos (e Deus sabe também!) e, mesmo não desejando, muitas
vezes nós erramos. Mas a Palavra diz que se confessarmos o nosso erro, o Pai
nos perdoa e nos purifica[2].
A justiça a qual Paulo se refere não é a justiça humana, porque essa é imperfeita,
mas sim a justiça de Deus, que é perfeita e foi conquistada por Cristo na cruz.
É a justiça de Cristo que me protege contra as acusações do inimigo acerca dos
meus pecados[3].
Aleluia!
A sandália tinha um solado bastante resistente. O soldado passava
por vários lugares, enfrentando terrenos adversos, como solos pedregosos,
espinhosos ou muito quentes. Dessa forma, o solado grosso e resistente protegia
os seus pés. Paulo usa essa comparação para ressaltar a importância do Evangelho
na vida do cristão. É o conhecimento das Boas-Novas de Cristo que firma os
nossos passos, de forma que não sejamos afetados em situações difíceis da vida
(v.15). Como são preciosos os ensinamentos de Jesus! Como é importante ter
conhecimento da Sua obra redentora! Paulo declara, ainda, que o Evangelho de Jesus
nos concede a paz, ou seja, esse conhecimento nos traz a paz que só Cristo pode
dar[4].
O escudo do soldado romano media cerca de 80cm x 120cm. Era
grande e protegia quase todo o corpo, impedindo que as flechas inflamadas o
atingissem. Durante as batalhas, era comum que se acendesse fogo na ponta da flecha,
de modo a incendiar o adversário. Assim, o escudo era o bloqueio necessário para
que essas flechas não atingissem o seu corpo. Da mesma forma, os ataques de Satanás
não podem penetrar o coração e a mente do cristão que tem sua fé firmada em
Deus (v.16). As flechas inflamadas podem ser pensamentos negativos que o
inimigo lança contra nós. A aceitação dessas sugestões malignas gera
sentimentos doentios, como o medo, o sentimento de inferioridade, a culpa, a incapacidade
de perdoar e tantos outros sentimentos que têm por objetivo manter a pessoa
cativa. Aquele que tem sua fé firmada em Deus consegue rejeitar esses pensamentos
que conduzem o cristão à morte espiritual.
O capacete era a cobertura da cabeça. Se ela estivesse
descoberta, o soldado seria um alvo fácil. Muitos cristãos se tornam “presas
fáceis” do inimigo porque não têm a convicção da salvação em Cristo. Essa certeza
requer entendimento, por isso a referência de proteger a mente (v.17). Muitas
vezes o inimigo lança dúvidas quanto a sermos filhos de Deus, assim como ele
fez com Jesus no deserto[5].
Precisamos ter a certeza de que fomos resgatados
por preço de sangue e de que somos filhos amados do nosso Pai: “Contudo, aos
que o receberam (receberam a Jesus), aos que creram em seu nome, deu-lhes
o direito de se tornarem filhos de Deus” (João 1:12).
A espada era a arma de defesa e de ataque. Com ela, o soldado
poderia defender a sua vida de alguma investida do inimigo, bem como atacá-lo
em momento oportuno. A espada é a palavra específica que precisamos
desembainhar numa determinada situação, a fim de combater um golpe desferido
contra nós e desarmar o nosso adversário. Interessante que Paulo diz que a
espada do Espírito é a Palavra de Deus (v.17). Que relação teria entre o
Espírito Santo e a Palavra? Eles estão intimamente ligados, pois é o Espírito
Santo que nos revela a vontade do Pai e nos faz lembrar das Suas promessas no
momento do “combate espiritual”: Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o
Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo
o que eu lhes disse (João 14:26). Voltando ao exemplo de Jesus na tentação no
deserto, vemos que o Senhor combateu as investidas do maligno citando a
Palavra: Jesus respondeu: "Está escrito: ‘Nem só de pão viverá o
homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’" (Mateus 4:4)[6];
“Jesus lhe respondeu: ‘Também está escrito: ‘Não ponha à prova o
Senhor, o seu Deus’" (Mateus 4:7)[7];
Jesus lhe disse: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore
o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’" (Mateus 4:10)[8].
Aleluia! Não basta ter apenas o conhecimento da Palavra; é preciso usá-lo quando
as tentações vêm! Essa espada é poderosa e infalível!
Então, vimos todos os elementos que compõem a armadura. Você
percebeu que eles têm pontos em comum? É isso mesmo, para mostrar que todas as “peças”
são interdependentes e fundamentais para a vitória. Que você esteja com a sua
armadura completa para enfrentar as batalhas da vida em oração: Orem no Espírito em todas as
ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e
perseverem na oração por todos os santos (v.18).
Pai, eu quero me revestir da tua armadura todos os dias, de
modo que esteja preparada para resistir no dia mau, no dia da adversidade. Eu me
aproprio da verdade, da justiça, do evangelho da paz, da fé, da salvação, da
Palavra de Deus e da manifestação do Espírito Santo na minha vida. Que eu
esteja continuamente na Sua presença.
Adriana Pessanha
[1] Vocês
pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi
homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele.
Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira
(João 8:44). Jesus falando aos fariseus.
[2]
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos
pecados e nos purificar de toda injustiça.
Se afirmarmos que não
temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está
em nós.
(1 João 1:9,10)
[3]
Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência
à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado.
Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da lei, da
qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus
Cristo para todos os que creem. Não há distinção, pois todos pecaram e
estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por
sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus (Romanos 3:20-24).
[4] Deixo-lhes
a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbem os
seus corações, nem tenham medo (João 14:27).
[5] O
tentador aproximou-se dele e disse: "Se você é o Filho de Deus,
mande que estas pedras se transformem em pães (Mateus 4:3)
Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui
para baixo. Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e
com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra’ (Mateus
4:6)
[6]
Jesus cita Deuteronômio 8.3
Sem palavras para expressar a preciosidade desse texto. Q o Espírito Santo continue se revelando a ti para q vc alcance muita gente .
ResponderExcluirDeus te abençoe amiga!! Palavra abençoe ����������
ResponderExcluirAmém Deus continue lhe dando sabedoria dos autos céus 🙌🏼
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